quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Furacões, clima e geografia


Katrina em formação

Não tem como falar de furações sem falar um pouco sobre o clima e a geografia de NOLA, até porque entendendo a Geografia da cidade a gente entende um pouco do porquê da destruição pós Katrina em 2005.


Clima
O clima de New Orleans é subtropical, com invernos amenos e verões quentes e úmidos. A temperatura mais baixa já registrada em New Orleans é de -11.6°C (isso é ameno onde cara pálida?), registrada em 23 de dezembro de 1989. A temperatura mais alta já registrada na cidade é de 38.9°C (tranquilo), registrada em 22 de agosto de 1980.

Em raras ocasiões, neva na cidade. Em 2008 teve uma chuva que juntou vento, granizo e neve. A taxa de precipitação de neve mais alta já registrada na cidade foi de 11 centímetros, registrada no natal de 1954 (tomara que tenha outra em 2010!!! hehehehe).



Geografia

New Orleans está localizado nas planícies litorâneas do Rio Mississippi, a aproximadamente 160 quilômetros longe da foz do rio, no Golfo do México. A geografia da região caracteriza-se pela sua baixíssima altitude, com várias áreas estando localizadas em uma altitude abaixo do nível do mar.

New Orleans está localizado na região de menor altitude de todo o estado de Louisiana, bem como está localizada em uma das regiões de menor altitude de todo o Estados Unidos, perdendo apenas para o Vale da Morte e para o Mar Salton. Muito da cidade está localizada entre 30 centímetros a três metros abaixo do nível do mar. Isto torna a região altamente vulnerável a enchentes e inundações (olha o Katrina chegando...). Para tentar minimizar o risco de enchentes na região, um total de 112 grandes bombas d'água são usadas, capazes de bombear mais de 95 bilhões de litros de água por dia. Porém, basta apenas quatro centímetros de precipitação, causada por uma grande tempestade ou um furacão, para que maior inundação possa ocorrer. Neste caso, as bombas d' água não removem água suficiente, e a sedimentação do solo da cidade e os diques atuam como um imenso reservatório de água, suficiente para formar um lago artificial que pode ter até nove metros de profundidade (que bêêêêlêêêzaaaa). Por causa disto, a maioria dos cemitérios da cidade usam sepulturas não subterrâneas (é, então... melhor não comentar).


Rota dos furacões ao longo dos anos

Ao longo do século, diversos avisos foram feitos que um furacão ou uma enchente em grande escala do Rio Mississippi poderia criar um lago no centro da cidade, cuja água levaria meses para ser bombeada. Em 1932, New Orleans inaugurou um canal, a Bonnet Carré Spillway, que diminuiu o risco de enchentes, desviando água do Lago Pontchartrain até o Rio Mississippi, porém abaixo dá pra entender o porque da destruição em 2005.


o dique B que segura o Lago Pontchartrain rompeu alagando a cidade.
Por ser abaixo do nível do mar, NOLA virou uma grande lagoa


Katrina

New Orleans foi atingida em cheio pelo furacão Katrina em 29 de agosto de 2005. O Katrina foi categorizado inicialmente como um furacão de categoria 5 na Escala de Furacões de Saffir-Simpson, a mais destrutiva categoria de todas, mas como a cidade sobreviveu o Katrina foi rebaixado para um furacão categoria 4.

A prefeitura da cidade instituiu uma evacuação mandatória de emergência de toda a cidade, a primeira ordem deste gênero implementada na cidade. Porém, por causa da falta de planejamento de transporte, principalmente aos milhares de pessoas que não possuem carros, muitos habitantes da cidade foram forçados a ficar na cidade. Outros decidiram simplesmente continuar na cidade. Muitos dos milhares de habitantes que permaneceram foram movidos para o Superdome.

New Orleans foi atingido por ventos de até 200 quilômetros por hora, e cerca de 40% da cidade foi alagada, pelo Katrina.

No dia seguinte a passagem do Katrina, dois dos diques que cercavam New Orleans cederam à grande pressão das águas do Lago Pontchartrain(veja a figura sobre o relevo acima, foi o dique indicado com a letra B). Por causa disso, 89% da cidade foi alagada, com a água atingindo uma profundidade de até 7,6 metros.

O estádio Superdome (http://www.superdome.com/) ficou seriamente danificado, e os milhares de pessoas dentro do estádio viveram por cerca de uma semana sob condições insanitárias, até serem evacuadas pelo governo americano à outras regiões consideradas seguras. Enquanto isto, muitas lojas foram saqueadas, e vários roubos foram registrados. Milhares de policiais foram enviados à cidade para tentar manter o controle da região, e lei marcial (http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_marcial) foi instituída pelo prefeito de Nova Orleans.


o belo Superdome (nem tão belo na foto) após a passagem do Katrina

Existem várias histórias sobre o período pós Katrina. Em um blog de um brasileiro que mora em Nola desde antes do Katrina, ele escreve sobre o horror do Superdome e outras histórias do furacão, entre os relatos, está o que eu coloco abaixo:


"Depois de uma passagem relativamente tranqüila do furacão, em 29 de agosto romperam-se diques em New Orleans, especificamente no Canal Industrial e no Canal da Rua Londres. Já em 30 de agosto, entulhados num estádio sem água ou comida, 20.000 new orleanianos começam a passar pelo horror do Superdome, onde ocorre um não-determinado número de estupros, tiroteios e mortes por homicídio ou suicídio. O mundo começa a se perguntar: onde estão os helicópteros dessa tão poderosa nação, que podem ir ao Iraque e não chegam a New Orleans? Enquanto circulavam as cenas de cadáveres boiando e de massas humanas de refugiados presos na própria cidade, ninguém menos que o Secretário de Segurança Doméstica – responsável pelo ministério para dentro do qual se movera a preparação para emergências – declarava que não sabia que milhares de pessoas estavam aglomeradas sem água ou comida do lado de fora do Centro de Convenções, 72 horas depois que o fato era de conhecimento do planeta. Em 02/09, o diretor da FEMA, o trambiqueiro Mike Brown, alude à responsabilidade das vítimas, dizendo “não entender” por que as pessoas haviam ficado na cidade. Seguindo-se ao inédito fracasso assistencial do estado, Bush, de férias, solta seu famoso "Brownie is doing a great job".

Ante a proliferação de saques – boa parte dos quais absolutamente justificáveis pela situação de vida ou morte em que se encontrava a população depois de alguns dias - o Exército americano, em texto oficial, faz referência ao início das operações de combate em New Orleans, qualificando os cidadãos americanos lá presentes como a insurgência. Em 03/09, centenas de pessoas ainda eram evacuadas do Superdome, uma semana inteira depois da chegada do furacão. O mundo descobre que incontáveis vítimas, todas negras, tentaram atravessar a ponte que liga New Orleans a Gretna, os subúrbios majoritariamente brancos a oeste do Rio Mississippi, e foram mandados de volta ao inferno da inundação pela própria polícia, a ponta de revólveres e espingardas."
Selvageria foi pouco, né??? Vamo q vamo...
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Ainda não sei o tema de amanhã, mas acho que falarei sobre uma coisa que eu amo, ESPORTES!!! Saints, Hornets, Zephyrs, Jesters, LSU, Tulane, UNO e Metro colleges são alguns times de NOLA...aguardem...

Faltam apenas 22 dias!!!

3 comentários:

  1. oi amor... Acho que esse foi meu maior medo de morar em New Orleans. Quem não se lembra daquelas imagens horríveis depois do Katrina.
    Mas, pelo menos se tivermos que evacuar a cidade, faremos com antecedência com certeza. No Gustav, a Shell dispensou todo mundo bem cedo. Home-office serve para isso.
    Te amo e faltam 22 dias...

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  2. Caralho comette !!! que porra é essa??? Living in ROLA??? tu ta meio estranho....

    Boa Sorte aos pombinhos!!! esse feriado estarei ai!!! vms tomar uma!!!

    Abço,
    Edu

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  3. Porra Dudu, não é ROLA e sim NOLA, NO de NewOrleans e LA de Lousiana... seu burro!!! hehehehehehe

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